quarta-feira, 26 de agosto de 2015

10º livro do ano de 2015: Ensaio sobre a cegueira - José Saramago

Meu 10º livro do ano se resume em uma só palavra: Angústia.

Sim. Eu já conhecia a história do livro. Já havia assistido o filme. Já havia me chocado e confrontado meus medos, anseios e dissabores sobre o rumo da humanidade. Mas o livro. Ah! O livro é OUTRA coisa!



Nunca neguei que prefiro livros a filmes. Eles me fazem viajar mais, adentrar mais no contexto e principalmente me envolver com os personagens como se fosse um deles. 

Então, em "Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago me peguei imaginando ser cada uma daquelas pessoas. Cada um dos seres que de uma hora para a outra se viram diante de uma mudança drástica em suas vidas e com isso experimentaram a sutileza e fraqueza de alguns termos que utilizamos mais na ideologia do que na prática: amor, companheirismo, posse, democracia, bem comum e sociedade.

Pois bem, o livro confronta toda a população com a cegueira repentina. O "mal branco", onde pessoas comuns de uma hora para a outra perdem a visão. Com o primeiro a cegar, o mal parece se espalhar sem critério de raça, credo, cor, sexo ou status social, político e econômico. Mas afinal, será que tais critérios são realmente critérios de algo?

O autor nos faz repensar os valores que priorizamos em sociedade. Quando observa-se que as pessoas estão a cegar e que o mal se espalha, os lideres optam por colocá-los em espaços que consideram adequado para conter a disseminação da cegueira. Assim, diversas pessoas são alocadas em um antigo manicômio abandonado, onde cegos e sem alguém para lhes ajudar nessa fase difícil tem que criar novas maneiras de se viver. Basicamente os valores da sociedade modificam-se e o mal e o bem existente em cada ser humano se manifesta em sua totalidade. 

Em meio ao caos uma mulher madura parece ser a única a não cegar. E observando e convivendo com todos os outros cegos repentinos passa a ver que suas atitudes também tem que mudar. Afinal o que é viver em sociedade?

Recomendo (se tiver coragem de confrontar seus medos e estômago para ver o que realmente somos).

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